Corrente de Consciência

"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador." Clarice Lispector

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janeiro 10, 2007

Eu acho que nunca chegamos a esquecer verdadeiramente as pessoas que amámos. Mesmo que as coisas não corram como havíamos desejado, mesmo que entretanto gostemos de outras pessoas e até nos apaixonemos e as amemos, todas as outras que ficaram para trás não são totalmente esquecidas. O bichinho apenas fica adormecido - não tendo, no entanto, de ser obrigatoriamente acordado no futuro - à espera, na esperança talvez ainda, de voltar a renascer e com mais força.
Assim, será que é possível (será que temos o direito de) provocar esse renascer? Será que podemos pensar que temos o direito a um pedacinho de céu e que, para tal, temos de ultrapassar algumas barreiras perigosas e calcar riscos proibidos? Teremos nós, os que amamos, o direito, mesmo com mais alguém envolvido, literalmente um terceiro, de voltar a tentar recompor a nossa felicidade adiada? E se a pessoa que - ainda - amamos estiver feliz assim como está agora? Se já for tarde? Será melhor pecar por cobiçar o alheio ou por nem sequer ter tentado? Ou por fazer tudo conforme e apenas a nossa vontade?