Corrente de Consciência

"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador." Clarice Lispector

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março 28, 2011

Desde sempre achei piada a alguns homens com cabelos longos. Alguns. Aqueles em particular. Em particular também os cabelos, que não podiam ser apenas longos: tinham de ter uma ou outra particularidade para me fazer voltar (ou fixar) o olha...r. Características essenciais: serem ligeiramente ondulados e lavados – aqui, não apenas ligeiramente. Do mesmo modo essencial era que os donos dos cabelos tivessem esse não sei quê de rebeldia, esse modus operandi quase mal-intencionado, esse trato por vezes um pouco rude.
Tranportei isso para o cinema e para a música: homens de cabelos longos, de preferência com ar de maus e com um passado por vezes sombrio e vago. Passo a citar exemplos elucidativos daquilo a que me refiro:
Naveen Andrews na série «Lost»;
Heath Ledger no «Ten Things I Hate About You»;
Oded Fehr no «The Mummy»;
Fred Coury, baterista dos Cinderella;
Eddie Vedder, Pearl Jam;
Brendan Fraser no «Still Breathing»
Val Kilmer na personagem de Thomas More no «The Saint».

março 21, 2011

Ralenti

A meu ver, há pessoas que muitas vezes são como alguns verbos: exprimem acção apenas se se fizerem acompanhar por um verbo auxiliar.

março 20, 2011

Lábia ou falta dela

Já percebi por que motivo o F. Nobre não ganhou as últimas Presidenciais: fala um Português tão simples e directo que os Portugueses desconfiaram logo!...

março 15, 2011

"Oh, the times, the times!..."

Onde poderemos assistir à passagem do tempo e notar as preocupações? Nos cabelos brancos e nos furos do cinto das calças. Nestes, não necessariamente para mais largo.

março 02, 2011

Manual de sobrevivência

Há coisas que entendo como totalmente indispensáveis no meu dia-a-dia. São várias e de diversas naturezas, mas todas com um papel fundamental para a minha estabilidade. Mais ainda, todas essas coisas estão directamente relacionadas com as diferentes partes do meu dia; e esses momentos, sem esses encaixes - essas tábuas de salvação - surgem perante mim como a verdadeira origem de todos os males.
Sol. Começo pela parte áurea de um desses meus dias. Olho a janela e tento encontrar, entre duas barras brancas descidas até ao nível do horizonte, dois ou três pontos mais fortes de luz, raios de sol que me entram pelo quarto através das pequenas aberturas dos estores. Sol? Um sorriso logo se esboça no meu rosto, transparecendo um oxalá que seja um bom dia.
Cafeína. Totalmente indispensável. Sem cafeína, frases não estruturadas com sucesso - não sucesso. Cafeína, e tudo melhora num compasso ou dois de espera. Utopia, ficar suspenso no ar.
Sol perpendicular e são horas de me fazer à estrada. Como me acalma esse breve momento de silêncio relativo entre três portas pretas e a banda sonora prévia e cuidadosamente seleccionada. Atravesso a ponte e lanço um olhar de soslaio ao rio; e também ao casario já antes aclamado.

(...)

Noite já caída. Caminhos feitos de volta pelos trilhos marcados para nunca os esquecer.
Casa, parar. Inspiro profundamente - o quanto me é possível - e regresso à terra de onde nunca cheguei a partir.